Resumo
Nomes comerciais
Aldactone®, Espironolactona Teuto®, Espironolactona Prati-Donaduzzi®, Espironolactona EMS®, Espironolactona Germed®
Apresentações
Comprimidos: 25 mg, 50 mg, 100 mg
Solução oral (manipulada ou extemporânea): 5 mg/mL ou 10 mg/mL (uso hospitalar ou prescrição manipulada)
Dose por Idade/faixa etária
Neonatos:
• 1 a 3 mg/kg/dia por via oral, divididos em 1 a 2 doses diárias.
• Ajustar com base na resposta clínica e eletrólitos.
• Uso preferencial sob supervisão hospitalar ou com fórmula extemporânea manipulada (Neofax).
Pediatria geral:
• 1 a 3 mg/kg/dia VO em dose única ou dividida a cada 12 horas.
• Dose máxima habitual: 100 mg/dia.
• Dose inicial sugerida em crianças maiores: 25 mg/dia, podendo ser ajustada conforme resposta e função renal.
Via de administração
• Oral (comprimido ou solução manipulada)
Esquema posológico
Solução extemporânea 5 mg/mL:
• Com base na manipulação da forma sólida (triturar comprimido e diluir em veículo adequado – exemplo: Ora-Plus/Ora-Sweet)
• Estável por 30 dias sob refrigeração (armazenar em frasco âmbar)
Comprimidos (25 mg, 50 mg ou 100 mg):
• Preferência por doses fracionadas em administração diária única ou 12/12h
Farmacologia
Classe Terapêutica
Diurético poupador de potássio – antagonista da aldosterona
Mecanismo de Ação
Age como antagonista competitivo dos receptores de aldosterona no túbulo contornado distal, inibindo a reabsorção de sódio e secreção de potássio e hidrogênio. Também exerce leve efeito antiandrogênico.
Farmacocinética
Volume de distribuição: 0,05–0,1 L/kg
Início de ação: 2 a 4 horas
Meia-vida: 1,3 a 2 horas (espironolactona); 13 a 16 horas (canrenona, metabólito ativo)
Ligação proteica: >90%
Excreção: urinária e fecal, como metabólitos
Interações medicamentosas
• Risco de hipercalemia com IECA, ARA-II, ou suplementos de potássio
• Potencializa toxicidade da digoxina
• Antagoniza efeito de diuréticos tiazídicos e de alça sobre a excreção de potássio
Tipo de Receituário
Receita branca comum
Referências bibliográficas
• Young TE, Mangum B. Neofax – 36ª ed., 2024
• Taketomo CK, Hodding JH, Kraus DM. Lexicomp Pediatric & Neonatal Dosage Handbook, 30ª ed., 2024
• Fonseca VM et al. Blackbook Pediatria – 5ª ed., 2019
• UpToDate® – tópico: “Spironolactone use in neonates and children” (acesso em abr/2025)
• Consulta à bula do medicamento via Anvisa
Cuidados e ajustes
Contraindicações
• Anúria
• Insuficiência renal aguda ou crônica grave
• Hipercalemia
• Hipersensibilidade à espironolactona
Efeitos adversos
Eletrolíticos: hipercalemia, hiponatremia, acidose metabólica
Endócrinos: ginecomastia, amenorreia, irregularidades menstruais
Gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia
Neurológicos: cefaleia, sonolência
Cutâneos: rash, urticária
Outros: dor mamária, fadiga, distúrbios eletrolíticos com risco de arritmia
Ajustes
Renal:
• Contraindicada em pacientes com ClCr <30 mL/min ou com hipercalemia persistente
• Monitorar potássio e creatinina sérica frequentemente
Hepática:
• Usar com cautela em hepatopatas, especialmente com ascite ou encefalopatia hepática
• Risco aumentado de hipercalemia
Uso na gravidez
Categoria C – evitar no 1º trimestre; considerar risco-benefício no 2º e 3º trimestres
Uso na lactação
Compatível com monitoramento
Precauções Especiais
• Monitorar eletrólitos, especialmente potássio, e função renal a cada 48–72h no início
• Cautela ao associar com outros diuréticos ou inibidores do SRAA
• Uso contínuo requer monitoramento laboratorial e avaliação clínica