Resumo
Nomes comerciais
Dopacard®, Dopamina Cristália®, Dopamina Teuto®, Dopamina JP Farma®, Dopamina Uni Hospitalar®
Apresentações
Solução injetável (concentrada): 40 mg/mL, 80 mg/mL e 160 mg/mL
Soluções prontas para infusão (uso hospitalar): 800 mcg/mL, 1600 mcg/mL e 3200 mcg/mL em SG 5%
Dose por Idade/faixa etária
Neonatos:
• Infusão contínua: 2 a 20 mcg/kg/min
• Doses de 2–5 mcg/kg/min têm ação predominantemente renal (dopaminérgica)
• Doses >5 mcg/kg/min ativam receptores β1 (efeito inotrópico) e α (vasoconstrição)
• Ajuste conforme resposta: perfusão periférica, pressão arterial, diurese
Pediatria geral:
• Infusão contínua: 2 a 20 mcg/kg/min
• Doses até 10 mcg/kg/min para suporte inotrópico; até 20 mcg/kg/min para efeito vasopressor
• Doses superiores devem ser usadas com extrema cautela
Via de administração
• Intravenosa contínua (preferência por acesso central em uso prolongado ou altas concentrações)
Esquema posológico
Ampolas concentradas (40 a 160 mg/mL):
• Diluir para concentração final de 400 a 1600 mcg/mL, em SG 5% (pH ≤5 favorece estabilidade)
• Exemplo: 200 mg em 250 mL de SG 5% → concentração 800 mcg/mL
• Usar bomba de infusão. Ajustar taxa conforme mcg/kg/min
Compatibilidades:
• Compatível com heparina, hidrocortisona, lorazepam
• Incompatível com furosemida, fenitoína, penicilina G, anfotericina B
Farmacologia
Classe Terapêutica
Catecolamina endógena – agonista dopaminérgico, β1 e α-adrenérgico
Mecanismo de Ação
• Doses baixas (1–5 mcg/kg/min): estimula receptores dopaminérgicos → vasodilatação renal, esplâncnica e mesentérica • Doses médias (5–10 mcg/kg/min): efeito β1 → aumento da contratilidade cardíaca e débito • Doses altas (>10 mcg/kg/min): efeito α → vasoconstrição periférica e elevação da pressão arterial
Farmacocinética
Início de ação: imediato
Meia-vida: 2 a 5 minutos
Metabolismo hepático e renal (COMT e MAO)
Excreção: urinária como metabólitos inativos
Interações medicamentosas
• Inibidores da MAO: prolongam efeito → risco de hipertensão grave
• Vasopressores ou inotrópicos concomitantes: potencializam efeitos
• Alcalinização da solução pode degradar o fármaco
Tipo de Receituário
Receita branca comum
Referências bibliográficas
• Young TE, Mangum B. Neofax – 36ª ed., 2024
• Taketomo CK, Hodding JH, Kraus DM. Lexicomp Pediatric & Neonatal Dosage Handbook, 30ª ed., 2024
• Fonseca VM et al. Blackbook Pediatria – 5ª ed., 2019
• UpToDate® – tópico: “Dopamine use in neonates and children” (acesso em abr/2025)
• Consulta à bula do medicamento via Anvisa
Cuidados e ajustes
Contraindicações
• Feocromocitoma
• Taquiarritmias ventriculares não controladas
• Hipersensibilidade conhecida a catecolaminas
Efeitos adversos
Cardiovasculares: taquicardia, arritmias, hipertensão, isquemia periférica
Metabólicos: acidose metabólica em infusões prolongadas
Locais: extravasamento → necrose tecidual (uso de fentolamina indicado)
Neurológicos: cefaleia, tremores, ansiedade (doses elevadas)
Ajustes
Renal:
• Ajustar com base na perfusão renal e débito urinário
• Risco de acidose metabólica e sobrecarga de catecolaminas em insuficiência grave
Hepática:
• Metabolismo hepático parcial – cautela em hepatopatas graves
Uso na gravidez
Categoria C – uso apenas sob condições críticas em ambiente hospitalar
Uso na lactação
Compatível sob controle clínico
Precauções Especiais
• Necessário monitoramento contínuo de pressão arterial, perfusão e débito urinário
• Acesso venoso central ideal para infusões prolongadas
• Observar coloração da solução (descartar se escurecida)